segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Caderninho azul de anotações... veja mais fotos dele na página - o processo da ladeira.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Morar e dançar na Vila Brandão - livres relatos...



O mar...

Morar de frente pro mar traz um modo de se relacionar com o tempo das coisas que parece carregar o som e o tempo da água do mar a se mover numa paisagem visual durante todo o dia e noite...

Voltar para o lugar que é rodeado pelo mar, talvez signifique modificar o ritmo e entrar em outra lógica de funcionamento

 

Num lugar depois da ladeira em que entradas, becos e saídas, escadas e blocos nus ora aparecem, ora são apenas passagens para uma paisagem azul... olhar o mar daqui da vila parece deixar as pessoas em estado de hipnose...

 

Por coincidência do destino, estou morando aqui na própria Vila. É reconfortante saber que existe um acolhimento das pessoas que me cumprimentam – fruto de visitas num processo criativo de dança contemporânea. As crianças reconhecem partes do trabalho tentando imitar aquilo que é feito... muitos riem, reconhecem que algo está sendo feito e acham engraçado!!

 

O barulho e as cores que a ladeira apresenta desaparece no lugar onde estou morando na Vila – o som em comum da ladeira com as crianças brincando e pessoas falando, daqui não se escuta. É como se dentro da própria comunidade recortes outros se apresentam diante de quem aqui mora, em becos, entradas e saídas e recortes distintos de uma mesma paisagem. Está sendo importante respirar esse lugar dessa forma, nem que seja pra chegar pela ladeira e sair pela ladeira todos os dias... mesmo quando não tem ensaio, viver aqui fortalece os ensaios necessários que não podem ocorrer por alguma razão...

 
O barulho do mar está em toda a parte... durmo e acordo com esse som – é o melhor para concentrar a escrita e pensar no dia que vem...

...
 

Hoje fiquei um pouco triste com o estado sujo da ladeira – parece que a Limpurb vem aqui uma vez no mês... muita sujeira num lugar tão bonito!!! Dá uma sensação de inutilidade ficar fazendo movimentos na ladeira sem que isso faça um sentido de mudança para a comunidade, que aliás nesse momento, estou fazendo parte dela.

 

É um dos contrastes sociais que encontramos em lugares do centro da cidade que ao mesmo tempo são periféricos... a prefeitura fica muito ocupada limpando os centros da cidade e a Vila, que muita gente nem sabe que existe fica a míngua!

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

A libélula


A libélula veio desenhada no caderninho azul onde anoto coisas sobre o processo. Comecei perguntando sobre o significado desse desenho e cada vez mais entendo... foto que Lucia me enviou do Uruguai - ela foi a primeira pessoa com quem comecei a falar sobre a libélula.

Símbolo do sígno de Aquário




Símbolo - interpretação de Pedro Filho Amorim quando falei para ele, certa vez, que o processo só tinha três palavras: duas (duas pessoas), água (tinha água do mar e água no processo) e zigue-zague (as pessoas andam em zigue-zague na ladeira que é muito inclinada - uma solução do corpo para subir...). Pedro pensou em duas, água e zigue-zague e rapidamente me enviou esse símbolo e muitas outras possibilidades se abriram...



segunda-feira, 3 de setembro de 2012

corpo-espaço- ladeira

Ladeira de chuva

Líria Morays (solo)


Declives de compartilhamento, de rolamento, de escoamento, de escorrimento – uma paisagem azul e o encontro com um lugar escondido no centro de Salvador.


 
Fotos: Carlos Castillo